1.2.09

Conforto

Entrou em casa, arremessou a mochila sobre o sofá, que pousou agressivamente, caindo ao chão logo em seguida, como se todo o mundo estivesse errado naquele dia. Buscou um copo. Água. Quatro goles. O copo repousou no balcão (alguns não usariam 'repousar', mas talvez 'arrematar'). Os pés passaram apressada e tortuosamente pela sala, até encontrarem descanso numa poltrona. A cabeça também descansou, mas esta deitou-se nas mãos enrijecidas. O corpo todo não estava confortável, e nem a mente. Até que...
Veio sobre ele uma sensação estranha, o corpo se aqueceu todo e pareceu-lhe que algo o segurava. Sentiu-se flutuando, mas com algo que o sustentava, e mesmo assim não abriu os olhos. Afinal, sabia quem estava lá. Os sentidos todos emudeceram por um milésimo de segundo. Nem o ar existia mais. Até que tudo voltou ao normal, exceto que alguém havia levado dele todas as suas preocupações, seus medos. Tudo aquilo que tinha o poder de assustá-lo e fazê-lo temer e tremer parecia agora leve e sem importância.
Mais um milagre.

2 comentários:

  1. Anônimo1.2.09

    Coisas que, só quem anda por estas estradas da vida tendo os pés na terra e coração no céu, pode entender.

    Fiquei presa no texto, só pude parar de ler quando chegou ao fim...

    Beijo

    Mami

    ResponderExcluir
  2. Anônimo3.2.09

    Ufa! Que bom que existe alguém que nos ama tanto! =]

    ResponderExcluir