29.5.09

Significado de um suspiro

Chega de desejo
Quero mais é descansar
Ver o Sol sem medo
Ter no céu o meu lar

Ser não eu mesmo
Atravessar pontes em Veneza
Cruzar espadas à esmo
Viver cercado da Beleza

Rimar só porque quero
Sentir o frio do caloroso chão
Brincar sem ser criança
Mentir mundos ao coração

Desbancar vilões em massa
Passar tarde em relva apaixonada
Domar rios, tormentas
Faltar no mundo quase nada

Que não se vê, não se sente
Ouve só no silêncio atento
"Lágrimas nunca mais"
Diz, carregada pelo vento

26.5.09

Descomplicar... e pronto

- Por quê?
- Porque é simples
- Simples?
- É... como um abraço. Você só precisa se decidir se quer ou não abraçar e... abraçar
- Como um abraço? Mas não é nem um pouco mais complicado? Jurava que era complicado...
- Todo mundo acha. Mas é simples: Eu te amo e pronto. Te quero aqui... perto.
- Assim? Eu? Certeza?
- Hehe, certeza... Não pense em mais nada. Eu te amo e pronto. É só o que você precisa saber.

18.5.09

Já os segundos

Se fizeram inesperadamente. Posto no chão (graciosamente, devo falar, e em todos os sentidos), sentiu finalmente os pés e os dedos. Via agora que quem o atacava era ele mesmo, e atingindo agora a razão, não sabia mais o porquê. Mas sabia que assim que os pés encostaram na grama, madeira, mármore, seja lá o que for, a cabeça já deu uma escapadinha até as nuvens (agora que não havia mais mãos a impedindo, tinha que aproveitar). Tudo tinha o mesmo cheiro do velho, das coisas que já se conhece, e percebeu que ainda não era hora para se fazerem novas todas as coisas, mas que se podia fazer muito com as antigas.
De papel e lápis na mão (velhos), começou a usar todo Ele, todo seu, na dança onde rapidamente se mistura o negro com o branco. Voltou a sonhar.
Percebeu que não só tinha permissão, mas era a coisa mais sensata do mundo fugir por uns tempos do próprio mundo.

Um dos primeiros encontros

Me encontrei com o medo
Não esperava
Nem eu, nem ele

Cercou-me com as mãos
A minha falta de respiração
Cegou os olhos

Dedos meus escorregavam
Diante do rosto do inimigo
Meus pés não alcançavam
(Nem o chão, nem ele)

Culpa

Um tempo rápido
Mais curto de todos
Girando o mundo
Nos devidos agouros
Matando estandarte
Do suave planar
Pregando a morte
No simples andar
Definhando o mundo de sua visão
Adeus, sombra, tortura em vão