3.9.12

Logos


Eu sou o fogo.

Operar purificante,
línguas sedentas sobre o ferro
que endurece – não sem antes amolecer.
Impacto imperioso,
penoso,
que limpa.

Eu sou a água.

Não um rio, nem uma bica
- uma torrente.
Os limiares da terra e céu,
o engenho silencioso de toda gente.
Sou eu que mato
- para dar vida.

Eu sou a terra.

Os fundamentos de toda existência,
as torres brancas silenciosas
e o pó – sim.
Do pó retiro minha
imagem
e semelhança.

Eu sou o silêncio.

Incontrolável, inapreensível.
A mudez de toda gente;
e o barulho da alma.
Sou aquele que é achado
não na divina calma,
mas quando se está calado.